Auditoria Operacional e a Busca pela Eficiência na Gestão de Recursos Públicos

A gradativa demanda por transparência e prestação de contas tem levado os governos em todo o mundo a enfrentar o desafio de otimizar o uso dos recursos disponíveis para atender de forma eficaz as necessidades da população.

E nesse contexto, a auditoria operacional emerge como destacada técnica para avaliar e melhorar a performance governamental na orçamentária pública – preocupação inevitável em qualquer sociedade.

A auditoria operacional é uma forma de avaliação sistemática e independente das operações de uma organização, com o objetivo de determinar se os recursos estão sendo utilizados de forma eficiente, econômica e eficaz na consecução dos objetivos estabelecidos (IFAC, 2017).

Diferentemente da auditoria financeira, que se concentra principalmente na verificação da conformidade e precisão dos registros financeiros, a auditoria operacional enfoca a análise dos processos, políticas e práticas de gestão.

Desse modo, a auditoria operacional tem como foco principal a identificação de possíveis áreas onde os recursos podem ser utilizados de forma mais eficiente, eficaz e efetiva, podendo contribuir decisivamente para a melhoria nos serviços ofertados pelos governos à sociedade.

Nesse intuito, a auditoria operacional requer a apreciação de processos, políticas, procedimentos e práticas de gestão, visando a identificação de fissuras ou falhas que provoquem ineficiências, bem como oportunidades de aperfeiçoamento da ação governamental.

Para esse fim, o principal atributo requerido dos auditores e uma das características distintivas da auditoria operacional é sua abordagem proativa.

A visão holística e a antecipação a problemas habituais e/ou denúncias de irregularidades feitas por cidadãos é comportamento desejado dos auditores operacionais, buscando a prevenção à distorções quanto ao plano estabelecido, identificando possíveis pontos críticos, mediante análise de risco, e sugerindo medidas corretivas antes que o déficit de execução se materialize desfavoravelmente às intenções do governo.

Cabe destacar que a auditoria operacional deve abordar os resultados e impactos das operações governamentais, perpassando a mera conformidade legal e normativa.

Dessa forma, programas e políticas de governo devem ser avaliados adequadamente para que se possar assegurar que estão sendo geridos eficazmente e se estão proporcionando o maior benefício possível à população, além de assegurar que tais recursos estejam sendo administrados de forma sustentável no longo prazo.

A condução de uma auditoria operacional requer dos auditores envolvidos atributos que lhes assegurem o domínio de habilidades técnicas sólidas, bem como conhecimento abrangente das operações governamentais e das melhores práticas de gestão.

A independência e a imparcialidade também devem ser consideradas, possibilitando que o resultado da auditoria seja baseado em conclusões construídas sobre evidências fundamentadas, isentas de interferências ou preferências pessoais ou políticas.

Cabe ressaltar, que a implementação das recomendações decorrentes do processo de auditoria operacional pode implicar em significativos ganhos e levar a benefícios significativos, tais como a racionalização na utilização de recursos, evitando, assim, sua utilização indevida e outros abusos.

Dessa forma a auditoria operacional maximiza a eficiência dos processos, possibilitando a melhoria da qualidade dos serviços públicos e o melhor retorno dos recursos “emprestados” ao governo pelos contribuintes.

Ainda que seja poderosa técnica para que se busque maior eficiência na gestão de recursos públicos, a auditoria operacional, por suas finalidades, traz também desafios significativos, pois, a resistência à mudança por parte dos funcionários públicos, a falta de recursos e capacidades técnicas, bem como a complexidade e a diversidade das operações governamentais serão sempre fatores que podem implicar na contenção de seu potencial como instrumento de aperfeiçoamento das ações governamentais.

Para a superação desses desafios e para a concretização do desejo de maximização do impacto da auditoria operacional, deve haver o compromisso contínuo com a governança, buscando a atuação em compliance, mediante gestão por competências e análise de riscos, de modo a se assegurar a transparência, responsabilidade e governança eficaz.

O fortalecimento das organizações que fiscalizam a execução do orçamento público é pilar fundamental para a promoção da cultura de integridade, da prestação de contas e da capacitação e desenvolvimento profissional de auditores e agentes do governo.

Conclusão

A auditoria operacional pode desempenhar decisivo e importante papel na busca pela eficiência na gestão de recursos públicos, quando implementada com o objetivo de fornecer avaliação independente e objetiva das operações governamentais.

Desse modo, possibilita a identificação precisa de áreas em que se pode otimizar a performance institucional, bem como a promoção da prestação de serviços públicos de elevada qualidade e efetividade.

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Edilson Barboza

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